Vânia Barbosa Santos de Albuquerque Serra

Nasceu em 1955. Pequi. Minas Gerais. Brasil

Artista multimídia

Viveu até os 5 anos em Pequi, interior mineiro. O quintal foi seu primeiro atelier. Sentir o cheiro e desenhar na terra molhada era uma tarefa prazerosa. Em 1960 mudou-se para Pará de Minas, onde teve as primeiras aulas de pintura. Nesse local teve acesso à fábrica de reciclagem de borracha e, desde então, ficou encantada pelo material. Brincava em montanhas de pó de borracha e observava, já com outro olhar, a borracha saindo das prensas, como um tecido. 

Em 1980 mudou-se para Belo Horizonte e no mesmo ano ingressou na Escola Guignard, onde iniciou sua formação artística, desenvolvendo técnicas, sentimentos e percepções no desenho, na pintura, na escultura, na cerâmica, na gravura e com foco na experimentação de materiais.

Seus desenhos de cores fortes foram se migrando para uma paleta de poucas áreas de cor. Amílcar de Castro, professor dessa escola, falava que “quando peço um desenho de um objeto, quero cem desenhos, não cinco”. Através da repetição insistente do mesmo objeto, Vânia foi simplificando a forma até chegar à abstração. A escrita sempre estava presente, funcionando como bloco, sem importar se era legível o que estava sendo grafado. Diferentes suportes, diferentes papéis, diferentes técnicas. Aprendeu com Orlando Castaño a não se preocupar com o resultado. A liberdade no fazer fazia parte do processo. 

Vânia tem ateliê no bairro Jardim Canadá, pertencente a Nova Lima. “Tento me prender no ateliê. Desafio-me a ir até lá todos os dias. Aprendi que a ‘Arte não combina com nada’. Por isso tenho que ir ao ateliê para me desocupar do mundo. Depois de um determinado tempo, começo a desligar e entro no estado mental livre para dar início ao meu processo.”

A experimentação continua a fazer parte do seu trabalho, que se ampliou para novas mídias: fotografia, vídeo, áudio, performance.